terça-feira, 24 de julho de 2012

Esperança Mário Quintana




Esperança
Mário Quintana
Lá bem no alto do décimo segundo andar do Ano 
Vive uma louca chamada Esperança 
E ela pensa que quando todas as sirenas 
Todas as buzinas
Todos os reco-recos tocarem 
Atira-se 
E — ó delicioso vôo!
 Ela será encontrada miraculosamente incólume na calçada, 
Outra vez criança...
 E em torno dela indagará o povo: 
— Como é teu nome, meninazinha de olhos verdes? 
E ela lhes dirá (É preciso dizer-lhes tudo de novo!) 
Ela lhes dirá bem devagarinho, para que não esqueçam: 
— O meu nome é ES-PE-RAN-ÇA...