Raimundo Martins de
Morais
Bacharel em Teologia
Diácono da PIB em Ataíde,
Vila Velha, ES
O título acima tem por objetivo chamar a atenção do prezado leitor para
o que pretendo expor neste artigo, a propósito do Círio de Nazaré, festa máxima
dos paraenses, que congrega, hoje, no país, milhões e milhões de fiéis,
incluindo Belém e alguns Estados e Municípios onde a festa é realizada, além
dos devotos de Maria de outras duas grandes festividades no Brasil: a festa de
Aparecida, em São Paulo, e a festa da Penha, no Espírito Santo. O propósito
principal deste artigo é levar você a questionar sobre a adoração a Maria e a
adoração a Jesus.
E, ao
final, deixar-se convencer, pelo Espírito Santo, pela adoração ao Filho de
Deus, como seu único e exclusivo Salvador, pelas razões aqui expostas.
Vejo o
Círio de Nazaré como uma grande demonstração de fé de meus queridos irmãos
conterrâneos. Por trinta anos convivi com essa fé, convicto de que nada do
mundo me afastaria da minha religião, o catolicismo romano. Até que um dia
conheci alguém que despertou em mim um sentimento que até então desconhecia.
Pelo Espírito descobri o que eu sentia, em matéria de religião, nada tinha a
ver com a verdade em torno da salvação, para a qual nós deveríamos encaminhar
as religiões. É a Verdade que Cristo fala: “Então conhecereis a verdade e a verdade
vos libertará” (João 8.32). Quando questionava Jesus, Pilatos perguntou-lhe o
que era a verdade. Diante de alguém, espiritualmente cego, Cristo respondeu com
o silêncio. Para Pilatos a verdade era outra. Entendi que, como católico, eu
estava como Pilatos. Literalmente enganado, em relação à religião em que nasci
e me criei.
Era
somente tradição de família. Acreditava no que me diziam, sem nada questionar.
Lendo a Bíblia entendi o que Cristo diz: “Examinais as Escrituras porque
pensais ter nelas a vida eterna. São estas mesmas Escrituras que de mim
testificam” (João 5.39). Ele não mandou examinar religião. Então passei a
examinar a Palavra de Deus com mais atenção e acuidade. E nela encontrei a
chave que me abriu a porta do entendimento: “Há um só Deus e um só mediador entre
Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (I Timóteo 2.5).
Os
evangélicos têm a Bíblia como sua única regra de fé e prática, enquanto os
católicos, além da Bíblia, têm ainda a tradição e o Magistério, composto do
papa e bispos, para interpretação do Livro Sagrado e da tradição. Sobre
tradição o apóstolo Paulo recomendou aos crentes da cidade de Colossos: “Tende
cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs
sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não
segundo Cristo” (Colossenses 2.8).
Quanto
à interpretação da Bíblia por papas e bispos alguém disse que “o sistema papal
continua montado sobre velhas tradições humanas, as quais o clero afirma
possuir as mesmas virtudes e valores das Sagradas Escrituras”, o que não tem
cabimento. Sendo papas e bispos humanos e, portanto, limitados, falíveis e,
paradoxalmente, não convertidos, (quando o leitor se converter – se for o caso –
entenderá o que quero dizer por não convertido), a interpretação que fazem do
Livro Sagrado e da tradição, fica sujeito a erros. Com efeito, ao longo da
história, já erraram algumas vezes, dogmatizando suas decisões, do que é
notória a condenação de Galileu pela Inquisição Católica, por desqualificar o “geocentrismo”
– a terra como centro dos movimentos dos astros. (Mais tarde Nicolau Copérnico
comprovou ser o sistema planetário heliocêntrico – o sol como centro desse
sistema). Assim, também, a Inquisição Católica, pela qual pessoas eram
queimadas vivas, como foi o caso do reformador John Huss, reitor da
Universidade de Praga, que exaltava as Escrituras acima dos dogmas. O Papa Leão
X chegou a dizer que a queima de dissidentes religiosos era uma revelação do
céu.
A
Inquisição só foi extinta em 1965, pela mão do Papa Paulo VI, que extinguiu o
que foi criado por outro papa, amparado – acreditem – pelo dogma da
infalibilidade papal, proclamado em 1870 pelo 1º Concílio do Vaticano. O Papa é
homem e não Deus. Como lemos nas palavras do apóstolo Pedro, os céus passarão e
a terra e as obras que nela há serão descobertas.
Passando
os céus e descobertas as obras que nela há, passará, como todas as coisas, o
Círio de Nazaré, e reveladas às obras sobre as quais se sustenta. Que obras são
essas? Não têm apoio na Bíblia, por exemplo, a assunção de Maria ao céu, por um
dogma papal, instituído em 1950; nem que seja ela corredentora entre Cristo e
os homens, na obra da salvação como pensam os fieis. Isto é atributo de Deus.
Pelo que se infere da Bíblia, a mãe de Jesus ainda aguarda, no céu, a
ressurreição do corpo. Seu espírito está no céu, com os espíritos dos santos
que morreram no Senhor. O que seria da Igreja de Cristo se Ele não houvesse ressuscitado?
O mesmo se diz em relação ao Círio de Nazaré: O que será dele, quando católicos
convencidos, quiçá convertidos a Jesus, reconhecerem que a mãe dele não é
medianeira e que ela necessitou de Jesus para ser salva – como diz o apóstolo
Paulo: “Ora, Deus que ressuscitou o Senhor, também nos ressuscitará pelo seu
poder” (I Coríntios 6.14). Este mesmo apóstolo ainda diz: “Há um só Deus e um
só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem” (I Timóteo 2.5). Cheio
do Espírito Santo, o apóstolo Pedro nos deixa este testemunho: “Em nenhum outro
há salvação, pois também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os
homens, pelo qual devamos ser salvos”
(Atos
4.12), com o que concorda o apóstolo Mateus: “O Filho do Homem veio salvar o
que estava perdido” (Mateus 18.11). Portanto, não se devem enganar os devotos
da Senhora de Nazaré, da Senhora Aparecida, da Senhora da Penha ou outras
senhoras com diferentes títulos dados a Maria, em matéria de salvação e
intermediação junto ao Filho. Sua assunção ao céu, pela imaginação do Papa, foi
criação da mente humana, através de dogma, sem nenhum respaldo da Bíblia
Sagrada. Neste caso, a tradição e os costumes distorcem e destroem a Verdade
bíblica. Um argumento usado pelos fiéis é o suposto poder de Maria para operar
milagres, considerando também que tudo o que ela pede ao Filho, como mãe, Ele
atende, como ensinam os padres. Isso requer estudo mais acurado da Palavra.
Como a
luta de Satanás em trazer para si a adoração dos fieis que só a Deus pertence.
Para tanto ele se transforma em anjo de luz para enganar a muitos, operando
milagres e prodígios, como diz o apóstolo Paulo: “E não é de admirar, pois o
próprio Satanás se transforma em anjo de luz” (II Coríntios 11.14). É o que
parece estar ocorrendo, hoje, em mega movimentos que se proclamam igrejas, onde
o nome de Deus é manipulado a bel-prazer e aonde as pessoas vão interessadas
mais em curas e prosperidades, sem se darem conta que, sem Cristo, estão indo, “prósperas
e curadas,” para o inferno. O apelo que se faz lá, não é para as pessoas
aceitarem a Cristo, mas para que ofertem dinheiro em valores altos.
Não é
de admirar que seus dirigentes sejam pessoas ricas, como se tem visto na mídia.
Em outras palavras, foi
a mesma
oferta que Satanás fez a Jesus: “Tudo isto te darei se, prostrado, me adorares
(Mateus 4.9). A esse respeito diz o apóstolo Paulo: “A vinda desse iníquo é
segundo a eficácia de Satanás, com todo poder, e sinais e prodígios da mentira”
(II Tessalonicenses 2.9). Por isso Cristo nos adverte: “Muitos virão em meu
nome, dizendo: sou eu, e enganarão a muitos; pois se levantarão falsos Cristos,
e falsos profetas, e farão sinais e prodígios para, se possível, enganar, os
próprios eleitos; estai, pois, de sobreaviso, eu vos disse tudo de antemão” (Marcos
13.21-23).
Somente
Cristo pode salvar, prezado amigo, mediante sua fé nele e o arrependimento de
seus pecados, como diz o apóstolo João: “Se confessarmos os nossos pecados, ele
é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos
purificar
de toda injustiça” (I João 1.9). O prezado leitor já tem consciência onde
passará a eternidade? “Pois ele
(Deus)
diz: Ouvi-te em tempo aceitável e socorri-te no dia da salvação. Digo-te, agora
é o tempo aceitável, agora é o dia da salvação” (II Coríntios 6.2). “Assim como
diz o Espírito Santo: Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos
corações...”(Hebreus 3.7,8). Agora a decisão é sua, querido amigo, mediante sua
fé só em Jesus, como diz o apóstolo Paulo: “Sabemos que o homem não é
justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo...” (Gálatas 2.16).
Querido amigo hoje pode ser a última chamada de Deus para você se entregar a
Ele, sem nenhuma reserva. Que Deus os abençoe e ilumine! Amém!