A
chuva ácida é um fenômeno que surgiu com a crescente industrialização do mundo,
em relação direta com a poluição do ar, manifestando-se com maior intensidade e
maior abrangência nos países desenvolvidos. Não obstante, tal fenômeno começa a
manifestar-se também em pontos isolados, em países como o Brasil.
As
emissões de fumaça das usinas termelétricas à base de carvão, das industrias de
celulose, das refinarias, dos veículos automotores, assim como qualquer
poluente gasoso lançado na atmosfera, contribuem para a formação de chuva
ácida. Compostos de enxofre e nitrogênio são os principais componentes desta
chuva, que pode se manifestar tanto no local de origem, como a centenas de
quilômetros de distância. Um exemplo disto ;é a mineração de carvão em
Criciúma, em Santa Catarina, que é responsável pela chuva acidificada pelo
enxofre emanado do carvão depositado, que se mistura às formações de nuvens, em
suspensão no ar. Esta chuva quando transportada pelos ventos vai cair, por
exemplo, no parque nacional de São Joaquim, também em Santa Catarina, situado a
muitos quilômetros de distancia.
Nos
gases produzidos por fábricas e motores (em especial quando há queima de carvão
mineral) são liberados para a atmosfera óxidos de enxofre (SO2) os quais reagem
com o vapor da água produzindo ácido sulfúrico (H2SO4), que é diluído na água
da chuva e dando origem a chuva ácida, com pH muito ácido.
O
pH (índice utilizado para medir acidez : quanto menor mais ácido), medido para
a maioria das chuvas ácidas, assume valores inferiores a 4,5 ( o pH de uma
chuva normal é de 5,0).
Este
tipo de chuva, quando freqüente provoca acidificação do solo, prejudicando
também plantas e animais, a vida dos rios e florestas. Da mesma forma as
edificações presentes na área são afetadas. Um lago que tem seu pH reduzido a
4,5, por doses repetidas de chuva ácida, impossibilita condições de vida para
vários organismos. Um pH 2,0, iguala-se ao pH do suco de limão.
O
excesso de nitrogênio lançado pela chuva ácida em determinados lagos também
pode causar crescimento excessivo de algas, e consequentemente perda de
oxig6enio, provocando um significativo empobrecimento da vida aquática.
A
ingestão de água potável acidificada, por longos períodos, pode causar a doença
de Parkinson e de Alzheimer, a hipertensão, problemas renais e , principalmente
em crianças, danos ao cérebro. Estima-se que nos E.U.A. a chuva ácida é a
terceira maior causa de doenças pulmonares.
Continuando
no ritmo atual de poluição do ar, nos próximos 30 anos a chuva ácida causará
maiores alterações na química dos solos do que as florestas tropicais poderiam
suportar. Este fenômeno pode ser reduzido pela instalação de equipamentos que
evitem as emissões gasosas, principalmente de compostos de enxofre e
nitrogênio.
No
Brasil, a mata atlântica é extremamente afetada pela chuva ácida, uma vez que
muitos centros urbanos e industriais se localizam próximos ao litoral. Em
Cubatão (São Paulo) vários programas de reflorestamento têm acontecido nos
últimos anos, a fim de proteger as encostas cuja vegetação foi destruída.
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